Neto de Carreiro
Cezar e Paulinho
Velho carreiro com seu filho e sua nora
Despediu das alterosas, fundo de Minas Gerais
Desceu montanhas, subiu serra, pulou vales
Me contaram os detalhes quando atravessou Goiás
Pra Mato Grosso queria ir
Nasci na estrada mas não sei onde nasci
Pra Mato Grosso queria ir
Nasci na estrada mas não sei onde nasci
Ah, ah, oh, oh, oh, oh, oh, ah, ah, ah
Uma criança, quatro bois de meu avô
Minha mãezinha morreu na hora do parto
Meu pai, louco, apaixonado por outra foi me deixar
E o meu avô por entre as matas de perigo
Foi perdendo o juízo, sofrendo pra me criar
Pra Mato Grosso queria ir
Nasci na estrada mas não sei onde nasci
Pra Mato Grosso queria ir
Nasci na estrada mas não sei onde nasci
Naquela selva, abandonado no carro
Os bois lentos, passo a passo
O bocão que me acordou
E tão sozinho sofrendo pela estrada
O carro e a boiada comigo também chorou
Ah, ah, assim chorava e gemia o velho carro
Ah, ah, ah
Cachi, Cacheiro, Cachimé e Cacheado
Pra Mato Grosso queria ir
Uma família me achou e estou aqui
Pra Mato Grosso queria ir
O que será dos bois, do carro e meu avô?
Pra Mato Grosso queria ir
Nasci na estrada mas não sei onde nasci
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